A marca de moda italiana deveria apresentar sua nova coleção em Seul no dia 1º de novembro.
Gucci Cosmogonie e a questão da “dignidade nacional”
Enquanto a Gucci planejava investir na capital sul-coreana em algumas semanas para desvendar seu desfile Gucci Cosmogonie, a marca foi forçada a rever seus planos diante do início de uma polêmica: o monumento escolhido para sediar este evento.
Liderada pelo diretor artístico Alessandro Michele, a gigante do luxo estava de fato voltada para o Palácio Gyeongbok, localizado no norte da cidade. Construída sob a dinastia Joseon, esta antiga residência real abrigou a família presidencial por vários anos antes de ser recentemente aberta ao público. Aqui, o espaço havia sido escolhido como local de estudo da astronomia, tema preferido do desfile.
Formalizado por uma sessão de fotos para a edição coreana da revista Vogue publicada na semana passada e veiculada nas redes sociais, essa escolha de destino rapidamente atraiu a ira dos internautas que apontaram o dedo para a gestão do projeto pelo patrimônio cultural da Administração coreana e evocando acima tudo um ataque à “dignidade nacional”.
As autoridades em causa se defendem justificando a sua escolha pelo desejo de dar visibilidade internacional ao patrimônio arquitetônico do país, mas a marca já tomou a decisão de cancelar o evento, segundo informação da agência de imprensa Yonhap.
A coleção Gucci Cosmogonie foi apresentada pela primeira vez em 16 de maio no Castel del Monte, um castelo italiano do século XIII localizado na região de Puglia e listado como Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1996. A inauguração do desfile ganhou destaque com a iniciativa que a Gucci teve de adotar uma estrela no nome de cada convidado.
Por enquanto, nenhuma das partes envolvidas na organização do evento em Seul comunicou oficialmente um local de substituição para o desfile.
