Arte & Cultura

Livro reúne locais de vanguarda de arte na América Latina

“Onde Vive a Arte na América Latina”, lançado pela editora Act., apresenta 35 locais emblemáticos do circuito artístico da região, compondo um valioso registro do setor

Exposições de arte, edifícios, instituições e ações de fomento artístico compõem os ecossistemas singulares retratados em Onde Vive a Arte na América Latina, lançado em 26 de janeiro pela consultoria de arte e editora Act. O livro, organizado por João Paulo Siqueira Lopes e Fernando Ticoulat, é mais do que uma documentação de 35 importantes espaços artísticos da região. A publicação é fruto de uma ampla e relevante pesquisa que reúne, além de imagens inéditas, texto críticos e entrevistas com curadores e dirigentes das instituições, aprofundando conexões, similaridades e diferenças no meio artístico latino-americano.

Ao folhear Onde Vive a Arte na América Latina e sua diversidade de espaços, obras, técnicas expositivas e produtivas, o leitor passeia — mesmo à distância — por museus, fundações, residências artísticas, espaços independentes, parques de esculturas, e depara-se com poéticas únicas, desenvolvidas de forma peculiar por cada um deles. Na seleção, estão espaços brasileiros como Aarea, MAM Rio, LABVERDE, Pivô e Pinacoteca de São Paulo, além de instituições estrangeiras, a exemplo de Fragmentos, Espacio de Arte y Memoria (Colômbia), Malba (Argentina), Museo Tamayo (México) e NuMu (Guatemala).

“Um museu precisa se reinventar constantemente e desaprender para permitir o surgimento de outras formas de práticas. Ele precisa assumir o papel de ouvinte, abraçar as diferenças e antinomias, sem instituir novas categorias, territórios ou regras. (…) Queremos redescobrir uma linguagem institucional que possibilitará a comunicação inclusiva com aquelas parcelas da sociedade que deram as costas para a cultura e a arte. Queremos um museu para todas e todos”, afirmam os curadores da Pinacoteca, entre eles o diretor-geral Jochen Volz, em entrevista exclusiva publicada no livro.

O objetivo de Onde Vive a Arte na América Latina é ser uma referência para o desenvolvimento do estado da arte não só localmente, mas no mundo. Por isso, a publicação trilíngue também será lançada e comercializada em outros países da América Latina e da Europa — em parceria com a tradicional Turner Libros –, disseminando internacionalmente essa extensa pesquisa e ressaltando a relevância global dos espaços retratados. Por meio dela, busca-se promover o intercâmbio de informações e o engajamento acerca da circulação da arte no contexto latino-americano?

Julieta González, recém-apontada diretora artística do Instituto Inhotim, assina a introdução e ressalta que “esta publicação se preocupa não apenas com arte, edifícios ou instituições, não apenas com quem expõe ou trabalha neles e os visita, mas com os ecossistemas singulares que constituem. Os diferentes espaços aqui reunidos partilham, em sua maioria, um terreno comum: eles deixam a arte surgir, a deixam trazer e produzir sentido; preservam, cultivam e crescem.”

Para o curador Fernando Ticoulat, que também assina um texto na publicação, “…entre artista, suas obras e o público para o qual se dirige, existem diversos arranjos de espaços, dos mais transitórios e radicais aos institucionalizados. Esta publicação busca evidenciar que eles não são mais apenas sobre abrigar, cuidar e mostrar objetos de arte — padrão esse da arte moderna, do museu como a catedral secular. No contemporâneo, os locais que recebem e expõem arte tiveram que se adaptar às inovações dos artistas e suas propostas cada vez mais heterogêneas.”

A editora Act. tem em seu portfólio livros de arte como 20 em 2020: os Artistas da Próxima Década — América Latina, indicado ao Prêmio Jabuti 2021, na categoria Artes, e Espaços de Trabalho de Artistas Latino-Americanos. Entre os próximos lançamentos, estão o livro boa forma gute form que, através de doze ensaios inéditos, traça vínculos fundamentais entre a institucionalização do design no Brasil, o movimento de arte concreta e o ensino da Escola de Ulm, na Alemanha, e Saboneteiras, uma compilação da série de pinturas homônima, realizada pela artista visual Ana Elisa Egreja (São Paulo, 1983) durante o período de isolamento da pandemia.

“A atual expansão no mercado editorial de livros de arte, arquitetura e design tem se revelado um instrumento fundamental para a construção e difusão de conhecimento em torno da diversificada produção cultural brasileira e latino-americana. Por isso, a Act. vem investindo desde 2020 em publicações de excelência sobre artistas, instituições e outros personagens fundamentais da história da arte e do design”, afirma João Paulo Siqueira Lopes, sócio-diretor da Act?Veja a lista de espaços:

Veja a lista de espaços:

AAREA (Brasil, Internet)

MUSEO AMPARO (México)

BETA-LOCAL (Porto Rico)

MUSEO de ARTE LATINOAMERICANO de BUENOS AIRES (Argentina)

MUSEO de ARTE MODERNO de BUENOS AIRES (Argentina)

CASA WABI (México)

DIABLOROSSO (Panamá)

FACTORÍA HABANA (Cuba)

FRAGMENTOS, ESPACIO de ARTE y MEMORIA (Colômbia)

INHOTIM (Brasil)

JA.CA, CENTRO de ARTE e TECNOLOGIA (Brasil)

KIOSKO GALERÍA (Bolívia)

LABVERDE (Brasil)

MUSEO de ARTE de LIMA (Peru)

LUGAR A DUDAS (Colômbia)

MUSEO de ARTE MODERNO de MEDELLÍN (Colômbia)

MUSEO UNIVERSITARIO ARTE CONTEMPORÁNEO (México)

MUNAR (Argentina)

NuMu (Guatemala)

ESPACIO ODEÓN (Colômbia)

PAIJÁN (Peru)

PINACOTECA de SÃO PAULO (Brasil)PIVÔ (Brasil)

FUNDACIÓN PROA (Argentina)

MUSEU de ARTE MODERNA do RIO de JANEIRO (Brasil)

SAGRADA MERCANCÍA (Chile)

SALA MENDOZA (Venezuela)

MUSEO de ARTE CONTEMPORÁNEO de SANTIAGO (Chile)

MUSEU de ARTE de SÃO PAULO (Brasil)

SOLAR dos ABACAXIS (Brasil)

MUSEO de la SOLIDARIDAD SALVADOR ALLENDE (Chile)

SOMA (México)

MUSEO TAMAYO (México)

TEOR/éTica (Costa Rica)

URRA (Argentina)

Foto: Divulgação

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