A música como estratégia no mercado de luxo
A Louis Vuitton anunciou recentemente o rapper Pusha-T como seu novo embaixador, dando continuidade ao uso estratégico da música em suas ações de marketing, iniciado desde que Pharrell Williams assumiu a direção artística da linha masculina da marca. A presença da música no universo do luxo é uma ferramenta de reforço de imagem e posicionamento, permitindo que as marcas criem uma identidade auditiva própria e proporcionem uma experiência diferenciada ao consumidor. Michel Gaubert, DJ da Chanel, há décadas é tão conhecido, no meio, quanto era Virginie Viard
A música pode ser entendida como branded content e sua presença nas estratégias de marca, amplia seu apelo no mercado, fortalecendo vocação artística e alcançando novos públicos.. Nos desfiles, por exemplo, a música tem sido parte essencial desde os anos 1960, ajudando a criar um ambiente imersivo que transporta o público para o universo criativo dos designers. Hoje, essa prática evoluiu para colaborações entre produtores musicais e diretores artísticos, como as parcerias de Woodkid com a Louis Vuitton e Mark Ronson com a Gucci.
Além disso, a música também é usada em campanhas publicitárias. Desde os anos 1980, com a popularização da publicidade televisiva, marcas de luxo incorporam músicas em seus comerciais, como o icônico uso de “A Dança dos Cavaleiros”, de Prokofiev, pela Chanel. Atualmente, todas as grandes campanhas de luxo são acompanhadas por trilhas sonoras cuidadosamente escolhidas, que vão de hits contemporâneos a clássicos.
A música também promove maior interação com os consumidores, enriquecendo o conteúdo digital das marcas, desde campanhas publicitárias até playlists exclusivas em plataformas de streaming e trilhas sonoras em videogames. Embaixadores musicais, como Beyoncé e Jay Z, são peças-chave nesse processo, associando suas imagens a marcas como Tiffany & Co., reforçando o prestígio e a conexão com o público jovem.
Eventos colaborativos, como o festival Coachella, também têm sido palco para a convergência entre música e marcas de luxo, criando uma sinergia única que fortalece a identidade das grifes no imaginário popular. Sem esquecer, é claro, da estreita ligação das marcas de moda com artistas pop, desde Malcom McLaren, do Sex Pistols, com Sonia Rykiel e Vivienne Westood a Jean-Paul Gaultier com looks lendários da Madonna, sem esquecer de Romeo Gigli e Caetano Veloso.
Criar uma identidade sonora consistente é essencial para o fortalecimento da marca. A música, mais do que um detalhe estético, é uma ferramenta estratégica que ajuda a diferenciar a marca no mercado, construir reconhecimento e proporcionar uma experiência memorável ao cliente. Spotify que o diga.