O Instituto Inhotim apresenta o projeto Múltiplos Inhotim, criado para fomentar o colecionismo e incentivar a produção artística.
A primeira edição é fruto de uma parceria entre a Loja Design Inhotim e a Carbono Galeria, com obras de Laura Vinci e Marcius Galan, artistas convidados pela curadoria do Instituto a desenvolver peças inéditas, especialmente para o projeto.
Ambos participam da exposição “Visão Geral”, com inauguração no dia 9 de novembro (sábado), na Galeria Mata. Para o Múltiplos, Marcius desenvolveu uma escultura com edição de 30 exemplares, e Laura uma litogravura com edição de 100 exemplares. As obras são numeradas e acompanhadas por um certificado de autenticidade.
Sobre as obras: análise dos artistas
Laura Vinci
X vermelho, 2019
ed. 100 + 5 PA
Litogravura sobre Hannemuller
R$ 1.000
“A primeira vez que o X vermelho surgiu em meus trabalhos foi como uma projeção luminosa para a peça Na Selva das Cidades, desenvolvida com Alessandra Domingues, a designer de luz daquela montagem. Depois disso, o X vermelho tem feito parte de vários trabalhos meus. Para o Inhotim, produzi especialmente uma versão em litogravura no tamanho A3 com o X impregnado de um vermelho sanguíneo no papel 100% algodão. Quando me perguntam o que significa esse X, respondo me devolvendo a pergunta: um aviso? um risco? uma mira? um sinal preciso? uma marca de urgência?…”
Marcius Galan
Forquilha, 2019
ed. 30 + 5 PA
Madeira (galhos retirados de árvores caídas e de podas de árvore do Instituto Inhotim), latão e pintura eletrostática
R$ 10.000
“Eu sugeri aos funcionários do Jardim Botânico Inhotim que encontrassem boas forquilhas, de galhos caídos ou de podas que estavam previstas nas árvores. A ação resgata, de alguma maneira, uma lembrança muito comum nas crianças das cidades do interior, que iam para o mato encontrar material para fazer estilingue. Um objeto ambíguo entre a arma e o brinquedo. As peças recebem uma fita metálica rígida que adquire uma visualidade elástica pela relação que estabelece com o objeto de madeira. Além disso, a forquilha é usada como objeto estruturante para edificações provisórias, como objeto de demarcação em algumas culturas indígenas e para encontrar água segundo os adeptos da radiestesia — funcionando como ferramenta sensível na mediação entre o corpo e o campo eletromagnético da água subterrânea. Em sua forma, a forquilha sugere novamente a ambiguidade das possibilidades de direção em um caminho bifurcado.”
As obras estão disponíveis na Loja Design Inhotim (em frente à Recepção do Instituto, em Brumadinho) e na Carbono Galeria, em São Paulo.
Foto: Willian Gomes