Comité Colbert e Bain & Company publicam estudo inédito dobre IA no segmento do luxo
No dia 10 de setembro, a Bain & Company apresentou ao Comitê Colbert os resultados de um estudo que revela como a inteligência artificial (IA) está transformando silenciosamente o setor de luxo. O estudo destaca que a adoção da IA tem crescido em toda a cadeia de valor das marcas de luxo, com um aumento significativo previsto para os próximos 12 a 24 meses.
Atualmente, as grandes marcas de luxo estão na vanguarda dessa implementação, tendo adotado três vezes mais casos de uso de IA do que as marcas menores. No entanto, essa diferença tende a diminuir, pois tanto grandes quanto pequenas marcas estão explorando um número crescente de aplicações futuras. A IA generativa, mais acessível e econômica do que a IA analítica, deve permitir que marcas menores reduzam essa lacuna e acompanhem as inovações do setor.
Segundo Mathilde Haemmerlé, sócia da Bain & Company e coautora do estudo, há uma crescente conscientização nas casas de luxo sobre o potencial da inteligência artificial. Ela acredita que a IA é gerativa, e por ser menos dispendiosa permitirá que mais marcas adotem essa tecnologia.
Quatro principais áreas de aplicação da IA no luxo
O estudo aponta quatro áreas principais onde a inteligência artificial está sendo aplicada com diferentes graus de maturidade:
- Eficiência operacional: A IA tem sido fundamental para otimizar a previsão de vendas e a distribuição de estoques entre lojas. Esta é a área com maior adoção da IA analítica, com 26% das marcas já utilizando a tecnologia para prever volumes de vendas e 23% para gerenciamento de estoques.
- Intimidade com o cliente: A personalização e as interações com os consumidores também estão sendo aprimoradas pela IA. Ferramentas baseadas em IA generativa prometem uma personalização ainda maior, permitindo uma comunicação mais direta e segmentada com o cliente.
- Apoio aos funcionários: Ferramentas de gestão do conhecimento estão em fase de testes por quase metade das marcas de luxo, com o objetivo de liberar os funcionários para tarefas de maior valor agregado e fornecer treinamentos sobre o patrimônio e know-how das marcas.
- Enriquecimento da função criativa: Esta é a área mais controversa, com 72% das marcas se opondo ao uso de IA para preservar a essência do luxo. No entanto, algumas marcas estão testando a IA em processos específicos, como inspiração criativa e visualização de protótipos.
Tradição e inovação: o equilíbrio delicado entre o luxo e a inteligência artificial
A revolução tecnológica no setor de luxo busca combinar tradição e inovação de maneira discreta, sem comprometer a autenticidade e a exclusividade que definem o mercado. Para Bénédicte Épinay, Responsável do Comitê Colbert, a integração da IA oferece novas possibilidades onde a costura de excelência encontra a tecnologia de ponta.
Joëlle de Montgolfier, diretora global de estudos de luxo da Bain & Company, ressalta que, para o uso eficaz da IA, as marcas de luxo precisam modernizar suas infraestruturas tecnológicas e treinar suas equipes para garantir a aceitação das novas ferramentas. A adoção da IA deve ser feita de maneira estratégica e cuidadosa, assegurando que a tecnologia contribua verdadeiramente para a criação de valor no mercado de luxo.