Arte & Cultura

Precisamos falar sobre Artesanato Urbano

O mercado artesanal é muito mais amplo do que se imagina e talvez, seja porque temos olhado pouco para ele

Como não pensar em um mercado que gera mais de 52 bilhões de reais por ano? Mas o artesanato brasileiro é tão maior que seus números… É tanto talento, tanta criatividade, são tantas ideias, tanta ousadia… O poder de transformação dos trabalhos manuais encanta pelas cores, pelo acabamento, pela inventividade.

Neste universo de imensas possibilidades, mesmo com tanto apelo regional, principalmente depois dessa fase pandêmica, não há como não reconhecer a potência que representa o artesanato urbano.

Mas, o que é isso, afinal? São tantas coisas… As máscaras de tecido, os nécessaires, as bolsas, o vestuário para a casa, o enxoval para a mesa, para o bebê, as velas, a perfumaria para a casa, as peças bordadas, as de crochê, as de tricô, as de macramê, a lancheira térmica, os laços, o enxoval personalizado, as capas de almofada, os objetos de decoração, os artigos para pets, as floreiras, as joias, as bijuterias, os porta-joias, as esculturas em biscuit, os acessórios de madeira… São tantas técnicas, tantos materiais, tantas pessoas, tantas famílias…

Acervo Pontos e Contos, via Instagram (@pontoscontos)

Para que essa máquina do que chamamos artesanato urbano funcionar, é preciso que haja muitas indústrias por trás, produzindo insumos para a materialização dos trabalhos, para a geração de cursos, programas de TV, Podcasts, tantas mídias… Este mercado incentiva a rede hoteleira, a de feiras e congressos, os infoprodutos. O artesanato está em tudo e – ainda bem – entendemos que ele vai muito além da “feirinha”, do “bazarzinho”, da “lembrancinha”.

Acervo Le Petit Atelier, via Instagram (@lepetitatelierbr)

O mercado da decoração acessa muito o universo artesanal para levar personalização aos projetos. Da mesma maneira, a moda conta com o artesão para garantir a personalidade das coleções, das marcas. O artesanato é autêntico e atual. É forte e gerador de riquezas. Sem contar que é tradicional sem perder a modernidade.

Recentemente, fui coautora de um livro sobre Dani Delinski – Dani Delinski Um case de Amor com a Costura – Uma conversa com Bete Monta e Faiga Silveira –, uma professora de Costura que ensina a fazer bolsas e acessórios com material sintético. Uma jovem linda e dona de extremo bom gosto, que é muito antenada em tudo o que acontece nas mais diferentes áreas, para criar duas peças por semana e ensinar na internet, às suas mais de 200 mil alunas, seguidoras e fãs. Se isso não é um fenômeno do marketing, de sucesso e de demonstração do potencial absurdo do artesanato urbano, eu não sei mais o que é.

Dani Delinski, via Instagram (@danidelinski)

Olha! Sou suspeita, mas a verdade é que acho o artesanato um luxo. Um luxo ao qual eu tenho o prazer e a honra de acompanhar há mais de 20 anos, rindo e chorando dos altos e baixos que esse mercado sofre. Por isso, torço por um mundo de mais valorização a esses trabalhos tão incríveis!

Saiba mais:

O livro Dani Delinski Um case de Amor com a Costura – Uma conversa com Bete Monta e Faiga Silveira pode ser adquirido aqui.

Foto: Acervo Helena Fanger, via Instagram (@craft_helenafanger)

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Les Cinq Sens.

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