Mercado

Prada abole peles: vitória da sustentabilidade

Luxo e sustentabilidade: exigência do mercado

Stella Mc Cartney foi visionária. Quando a estilista vegana anunciou que não trabalharia com produtos de origem animal, tal statement foi tomado como excentricidade ou golpe de marketing. Alguns anos se passaram para que as marcas de luxo compreendessem que a sustentabilidade em seu tríplice aspecto (ambiental -social – econômico)  é mais um atributo obrigatório nos produtos e serviços de alto padrão.

A Burberry sofreu grande pressão internacional às vésperas de destruir todos os produtos que não poderiam ser mais vendidos. A Tiffany também foi questionada pela opinião pública sobre o uso de diamantes oriundos de exploração humana. Saint Laurent já incorporou como política o reaproveitando de materiais em suas criações. A Rolex decidiu investir  em jovens empreendedores e a Gucci em estilistas africanos. Dolce&Gabanna perdeu amargou pressões e queda nas vendas quando um de seus criadores, que é gay, se opôs ao casamento homoafetivo.

Lagerfeld, morto este ano, precisava sempre de muita resiliência quando era atacado, em entrevistas, por jornalistas contrários ao uso de peles na Fendi.  As próximas coleções da Prada já não utilizarão peles de animais.

“Focar em materiais inovadores vai permitir à companhia explorar novas fronteiras do design criativo, ao mesmo tempo em que atende à demanda por produtos éticos”, afirmou, em nota, a CEO da marca, Miuccia Prada.

A decisão não foi apenas uma tomada de consciência da casa italiana. Recente pesquisa da BCG e Altagamma apontou o crescimento do mercado secondhand, cujos preços, muitas vezes podem ser maiores que produtos novos. Portanto não é acessibilidade que justifica o crescimento de tal tendência. Mas o design, a tradição e também preocupação com meio ambiente.

A sustentabilidade para os consumidores das gerações X, Y e Z não é diferencial. É obrigação. As novas empresas, não só na moda, mas na tecnologia e na alimentação, vêm buscando alternativas que diminuam o impacto no meio ambiente e respeitem também comércio justo.

A ver os próximos capítulos.

 

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