Mercado

Comércio de produtos usados: oportunidade no luxo?

por Ricardo Hida

Nós já falamos aqui  sobre a mais inesperada tendência no mercado premium:  o forte  crescimento do comércio de produtos de luxo usados., impulsionado, sobretudo, pelos millenials.

A primeira razão é  mais do que óbvia: querendo integrar o seleto grupo de consumidores high end sem colocar em risco a saúde financeira, os jovens optam por produtos usados e, por isso mesmo, mais baratos.

A segunda razão, também  já discutida em nosso portal, é a sustentabilidade. Ao que parece marcas de fast fashion- um mercado de de US $ 2,5 trilhões-  não fazem a cabeça desse público.

Além da baixa durabilidade das roupas, e a grande quantidade de lixo que tal consumo pode gerar, a maior parte dos millenials abomina também  a ideia de que seu terno ou vestido tenham sido confeccionados por crianças ou mão-de-obra  mal remunerada.

Surge a partir daí uma série de oportunidades de varejo, já identificada por poucos visionários e explorada por startups.

As ações da RealReal, uma plataforma de luxo conhecida pela revenda de artigos de luxo autênticos – mas não novos-  da linha Gucci, Chanel e Hermès,  começaram a ser negociadas na Nasdaq a um preço de US$ 20 por ação. O valor inicial, no entanto, aumentou em quase 50% nos primeiros minutos de negociação.

Segundo a consultoria  CNBC, o comércio de produtos de luxo usados  deve atingir 45% de todo o mercado de varejo até 2023 em todo o mundo, mais de dobrando dos atuais 20%.

O aluguel de roupas e acessórios parece ser também um excelente negócio:  a Rent the Runway, que anunciouuma nova parceria com a Nordstrom. Segundo a empresa, seus assinantes mais ativos usam roupas alugadas por mais de 120 dias (mais de 30%) do ano. Os planos de expansão são ambiciosos: Além de aumentar o ticket médio e o período do aluguel de roupas, os dirigentes da marca pretendem alcançar diversos mercados onde a prática ainda não é usual.

No Brasil a prática é ainda restrita. Sites como Enjoei tem colaborado na disseminação da cultura. Mas há muito ainda que se trilhar. A prática de dividir a compra em várias vezes sem juros no cartão e a pouca consciência ambiental do brasileiro, quando comparada a de europeus, por exemplo, dificultam a prática. Obviamente bolsas, bijuterias e óculos dominam ainda as negociações. As roupas ocupam 4o lugar. Diferentemente do que acontece na Ásia e Europa, o comércio de relógios e jóias é inexpressivo. Certamente por conta da segurança.

Trata-se de um mercado promissor. Para acompanhar

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