O ano de 2021 foi um ano de ajustes, em que a economia estava se recuperando lentamente da pandemia da COVID-19, e em que muitos acreditavam que o retorno à normalidade estava próximo. Porém, a nova variante Ômicron voltou a abalar o mundo e veio como um lembrete amargo de que não, o COVID ainda não acabou.
O que podemos esperar desses próximos doze meses? Em 2022, continuaremos a redefinir o mundo com uma coisa em mente: construir o que será a nossa nova realidade… Um sinal de que os grandes varejistas e marcas já estavam antecipando esse momento, reorganizando os seus canais e recursos.
Com esse olhar para o futuro, Miguel Rojo, Country Manager do Tiendeo expõe as tendências e ferramentas que os líderes e profissionais do setor de varejo usarão, extraídas de seu estudo Retail Marketing Hot Trends 2022*
- Aumentar o compromisso com o e-commerce e canais digitais
A evolução dos hábitos de compra fez com que o canal digital se tornasse o meio preferencial de conexão com os consumidores. Segundo as estatísticas, o marketing digital (83%), as redes sociais (73%) e o e-commerce (63%) estão posicionadas como as mídias mais relevantes para profissionais de marketing na América Latina. É evidente o protagonismo que o comércio eletrônico ganha na região, marcando 7 pontos acima do registrado internacionalmente.
Com isso, em busca de garantir maior rastreabilidade das campanhas, personalização de conteúdo e automação nas estratégias, os varejistas e marcas optaram por lançar a transformação digital da indústria de consumo, promovendo interação constante com o cliente, tanto nos canais online quanto offline, e deixando como resultado o fato de 57% dos profissionais de marketing preferem canais digitais enquanto 41% preferem canais offline.
- Viva as compras sociais!
Com 64% da população mundial fazendo compras por meio das mídias sociais1, os profissionais de marketing sabem bem onde destinarão seus gastos com publicidade. De acordo com o estudo do Tiendeo, nos próximos 12 meses cerca de 58% dos executivos do setor de varejo aumentarão seu investimento publicitário nas redes sociais.
Embora o “comércio social” seja uma tendência já consolidada em outras partes do mundo, este ano o setor de varejo da América Latina explorará ao máximo os benefícios do social shopping. A Accenture estima que para 2025 o maior volume de vendas nesse canal será ocupado por vestuário (18%), eletrônicos (13%) e casa (7%).
- Experiência do cliente acima de tudo
O principal desafio enfrentado pelos varejistas atualmente é o de identificar o momento e os canais certos para estabelecer contato com os clientes potenciais e frequentes, a fim de oferecer a eles uma experiência de compra tranquila e sem atritos.
De acordo com o estudo “Retail Marketing Hot Trends 2022” para 44% dos profissionais de Marketing a experiência do usuário é o aspecto mais importante a ser considerado em sua estratégia. Sob essa premissa, o varejo está desenvolvendo estratégias multi touch como ROPO (Research Online and Purchase Offline) para que o consumidor possa ter diferentes alternativas e pontos de conversão na hora de comprar, seja na web, no e-commerce, no ponto de venda físico.
- Lojas mais disruptivas
Manequins digitais que conhecem suas roupas favoritas, que te guiam pelos corredores, lojas com auto pagamento sem caixas eletrônicos, prateleiras inteligentes que verificam a disponibilidade de produtos ou sessões de testes virtuais, sim, essas são as lojas do futuro.
Sobre isso, Rojo acrescenta: “Com a incorporação de uma tecnologia disruptiva (realidade aumentada, inteligência artificial…) em todo o processo de compra, presenciaremos lojas mais autônomas, que permitirão aos consumidores encontrar os produtos buscados de maneira quase instantânea, além de receber toda a atenção que necessitam de forma imediata, podendo experimentar tudo antes de comprar e também (por que não) a possibilidade de pagar rapidamente, tornando uma simples compra em uma experiência multissensorial da marca”. Varejistas do porte do Walmart ou Carrefour já deram um passo em direção a essa nova forma de interagir com os clientes para competir com os gigantes do comércio eletrônico.
5. Privilegiar a economia circular
A preocupação dos consumidores com o meio ambiente levou o setor a repensar suas estratégias de forma mais responsável para encontrar o equilíbrio entre o crescimento econômico e a sustentabilidade.
Em práticas sustentáveis, como a Economia Circula, onde os ciclos de produção são fechados para aproveitar ao máximo os recursos naturais, o papel desempenhado pelas ferramentas digitais é fundamental. Em 2021, muitos varejistas começaram a implementar ações de marketing mais sustentáveis, com a digitalização do catálogo promocional, que é considerado há muito tempo como o rei da geração de notoriedade. Esse tipo de modelo favorece a redução de resíduos industriais em até 80%.
Assim, os profissionais do setor pretendem aumentar a sua aposta na publicidade digital para se comunicar com os clientes. Neste ano, os canais digitais representarão 86% dos pressupostos orçamentários, enquanto os meios offline (publicidade exterior, catálogos…) alcançarão 14%.
* Estudo realizado na EMEA e LATAM com base na opinião de 358 diretores e gerentes de marca do setor de consumo em várias categorias (supermercados, casa, moda, eletrônicos, beleza, brinquedos, bricolagem, animais de estimação, esportes, saúde e viagens) entre 8 novembro de 2021 e 13 de dezembro de 2021.
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