De 1º a 5 de abril, a cidade recebe a 16ª SP-Arte — Festival Internacional de Arte de São Paulo — no Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera. Com o objetivo de contribuir com a formação e aproximação de novos públicos, a SP-Arte oferece programações que aquecem o circuito artístico de São Paulo durante todo o mês de abril. Com mais de 2 mil artistas, apresentados pelos mais renomados expositores de arte e design do Brasil e do mundo, o Festival oferece atividades como visitas guiadas gratuitas pelo Pavilhão, conversas com especialistas e lançamentos editoriais, além dos já tradicionais Circuito Ateliês Abertos e Gallery Night, que abrem uma extensa programação pela cidade durante a semana do evento. Curadorias inéditas, como a de Maria do Carmo M. P. de Pontes, e a estreia de expositores internacionais, como Carpenters Workshop Gallery (Reino Unido) e Garth Greenan Gallery (Estados Unidos), estão entre as novidades deste ano.
“Durante seus 16 anos de existência, a SP-Arte sempre prezou por oferecer uma experiência enriquecedora e genuína, que se confirma ano a ano com o crescimento do público ávido pelo mundo da arte”, afirma Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da SP-Arte. “Agora, em um momento em que captar a atenção de um visitante é cada vez mais desafiador, assumimos a tarefa de trabalhar cuidadosamente nossos setores curados, oferecer programações de qualidade e tornar a navegabilidade pela Feira mais fluída”.
Confira o que esperar de cada setor:
Solo
Um dos destaques da edição passada, o setor Solo, é assinado novamente pela curadora chilena Alexia Tala, também responsável pela Bienal de Arte Paiz deste ano, que se realiza na Guatemala. Em 2020, a curadora aprofunda sua pesquisa focada na América Latina e apresenta um projeto inédito, chamado “Camadas de tempo”.
Em meio às crises na região, o Solo busca refletir sobre como acontecimentos da metade do século 20 afetaram a estabilidade e autonomia do Sul Global, sobretudo do continente latino-americano, e como formas modernas de dominação impactaram as trajetórias nacionais na região. A partir da apresentação de artistas contemporâneos que exploram as diversas fraturas temporais e geográficas, a curadora busca ainda desmistificar a historiografia da arte tradicional, impactando assim a construção de nossa história e identidade.
Entre os onze artistas já confirmados, oriundos de mais de oito países, destacam-se a peruana Ximena Garrido-Lecca (80m2 Livia Benavides, Peru) e o equatoriano Adrián Balseca (Ginsberg Galería, Chile), integrantes da 34ª Bienal de São Paulo. Garrido-Lecca está entre as exposições individuais que inauguram a Bienal, durante suas atividades iniciais em fevereiro, enquanto Balseca é um dos artistas confirmados na mostra coletiva, em setembro. A participação de produções assim na SP-Arte leva o público a conhecer, ou mesmo reconhecer, artistas em evidência no ano.
Já o paraguaio Joaquín Sánchez (Galería Patricia Ready, Chile), por sua vez, também teve obras expostas em bienais tanto brasileiras quanto internacionais, levando a temática dos conflitos latino-americanos e das comunidades tradicionais indígenas a locais como Valência e Veneza.
Os artistas brasileiros Daniel Jablonski (Janaina Torres Galeria, Brasil), Zé Carlos Garcia (PASTO, Argentina) e Paul Setúbal (C.galeria, Brasil) também integram o setor. Setúbal retorna ao Pavilhão um ano após a conquista da sétima edição do Prêmio de Residência SP-Arte, que proporcionou ao artista a estadia de três meses na Delfina Foundation, umas principais instituições internacionais do gênero.
Masters
Sob a curadoria de Maria do Carmo M. P. de Pontes, o setor Masters reúne obras de artistas que tiveram sua trajetória interrompida devido a uma morte precoce, relacionando-as a produções de artistas que envelheceram, e, portanto, tiveram mais domínio na construção de suas narrativas. Ao reunir nomes cujas semelhanças entre si são tecidas por suas trajetórias pessoais, Pontes busca estabelecer um encontro de estéticas que não passa por noções de tema, técnica ou geração.
Consagrado como uma das notáveis figuras da Op Art, o cubano Ernesto Briel (Arevalo Fine Art Miami, Estados Unidos) é uma das escolhas para o setor. Nascido em 1943, o cubano faleceu em 1992 devido a complicações associadas à síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Entre 2016 e 2018, sua produção foi exposta no El Museo del Barrio, em Nova York e na Sotheby’s S|2 Gallery, em Londres.
Em oposição, a artista Amelia Toledo (Galeria Marcelo Guarnieri, Brasil) espelha em suas criações os diferentes momentos de sua longeva carreira. A raiz construtiva, com elementos geométricos regulares, da década de 1960 se transforma, a partir da década seguinte, em uma produção experimental, com um eixo inspirado nas formas da natureza.
OpenSpace e Performance
Como uma diversificação das formas expositivas do Festival, os setores OpenSpace e Performance extrapolam os limites dos tradicionais estandes e se apropriam do espaço de maneira mais fluída.
“Com o intuito de maximizar o potencial do ambiente em que a SP-Arte é sediada, decidimos inaugurar o setor OpenSpace e levar obras de arte para fora do Pavilhão, expondo-as no Parque Ibirapuera”, conta Fernanda Feitosa. Pelo segundo ano, o espaço se firma como uma proposta inovadora de formação artística para o público, acrescentando uma vivência expandida em relação à proporcionada pelos estandes, alocadas no interior do edifício: “Na área externa da Feira, grandes obras recepcionam e introduzem a experiência na SP-Arte, aguçando a curiosidade de todos que frequentam o Parque”, completa
A curadoria de Marcos Gallon, diretor artístico da Verbo — Mostra de Performance Arte, dá o tom ao setor Performance pela segunda vez. Destaque na última edição da SP-Arte, as apresentações novamente se espalham ao longo do Pavilhão da Bienal. “Pretendemos apresentar a pluralidade de dinâmicas que constitui o campo da arte performática, evidenciando questões como sua inserção em coleções públicas ou privadas”, ressalta o curador.
Em colaboração com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a SP-Arte, mais uma vez, fortalece o circuito artístico, em especial no incentivo à coleção de performances. Por meio do Prêmio Aquisição SP-Arte, um grupo de curadores da instituição elege uma performance da mostra para ser integrada ao acervo do museu.
Design
Em seu quinto ano, o Design ganha mais potência e é constituído por cinco setores. Entre Antiquários, Galerias de Design Moderno e Design Contemporâneo, Designers Independentes e Arquitetos, a SP-Arte abarca uma linha do tempo da história do Design, do século 18 até a contemporaneidade. Somam-se aos destaques brasileiros, a participação da britânica Carpenters Workshop Gallery que aterriza pela primeira vez no Brasil.
Referência internacional do design, a Carpenters participou das principais feiras do exterior como Design Miami/Basel, PAD, Tefaf e Maison et Objet. Conhecida por desenhos que extrapolam o formato tradicional, a galeria também realizou projetos em espaços institucionais, a exemplo do “Dysfunctional”, na Galleria Giorgio Franchetti, em Veneza, durante a 58ª Bienal de Arte. Na obra criada por 21 artistas, a Carpenters questionou os limites entre arte e design.
Essa fronteira é um das principais discussões levantadas pela SP-Arte em sua 16ª edição. A Feira, que nasceu dedicada exclusivamente à arte, hoje abraça o design em suas diversas formas, assim como diferentes agentes do setor.
O setor Arquitetos se renova com a estreia de Patrícia Anastassiadis e Fernanda Marques. Entre as novas apostas dos Designers Independentes, estão Mel Kawahara, Lattoog e MoBu Atelier, para além dos veteranos Ana Neute, Noemi Saga Atelier, F.Studio e Alva Design.
Os contemporâneos, Ovo e Jacqueline Terpins Design retornam ao evento, assim como Hermann Miller, que apresenta luminárias de George Nelson. Arte Marcela Bartolomeo participa pela primeira do setor em uma parceria inédita. Já os expositores de design moderno Passado Composto Século XX, Herança Cultural e Apartamento 61 apresentam suas peças mais raras nesta edição, enquanto a ETEL traz reedições de nomes seminais do mobiliário brasileiro como Zanine Caldas e Jorge Zalszupin.
Programação
A 16ª SP-Arte têm uma programação direcionada ao debate e à compreensão da arte contemporânea, realizando, portanto, conversas com especialistas, curadores e colecionadores no Talks, além de Visitas Guiadas gratuitas pelo evento. Para além do Pavilhão da Bienal, as atividades do Festival tomam conta da cidade por meio de programações como Gallery Night e Circuito Ateliês Abertos.
O Circuito Ateliês Abertos ocorre no fim de semana anterior à Feira, promovendo um contato mais próximo entre os artistas e o público. Enquanto isso, o Gallery Night é um circuito realizado por dezenas de galerias na cidade de São Paulo, que promovem aberturas de importantes exposições, visitas guiadas com curadores e conversas com artistas.
Mais informações sobre os setores e a programação da 16ª SP-Arte — Festival Internacional de Arte de São Paulo serão divulgadas em breve.
16a edic?a?o da SP-Arte
Datas abertas ao pu?blico: 1º a 5 de abril
Quarta-feira, das 17h às 21h
Quinta-feira a sa?bado, das 13h a?s 21h
Domingo, de 11h a?s 19h.
Local: Pavilha?o da Bienal — Parque Ibirapuera, Porta?o 3 — Sa?o Paulo, Brasil
Entrada: R$ 50,00 [geral]? R$ 25,00 [estudante] *estudantes, portadores de deficie?ncia e idosos com mais de sessenta anos [necessa?ria a apresentac?a?o de documento]. Crianc?as ate? dez anos na?o pagam entrada.
A bilheteria encerra suas atividades 30 minutos antes do te?rmino do evento.